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O TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) é caracterizado por alterações, conjuntas ou não, na atenção, hiperatividade e impulsividade.

O transtorno é muito bem estabelecido na literatura científica sendo foco de pesquisas sérias há décadas.

É um tema de relevância, já que a prevalência corresponde até 5%. O que na prática significa que aproximadamente que um em cada vinte pessoas tem este distúrbio.

O diagnóstico é mais difundido em crianças, mas há um movimento entre muitos especialistas em chamar a atenção para o diagnóstico no adulto.

Na última atualização do DSM V (Manual Diagnóstico Estatístico) houve mudanças de critérios diagnósticos entre elas o início dos sintomas que antes era até os 7 anos de idade para os 12 anos (justamente para “possibilitar” o diagnóstico em adultos).

É comum que pessoas que convivem com alguém que tenha TDAH expressem frases como: “ele parece estar confuso ou nas nuvens”; “distrai com facilidade”, “muda de uma atividade incompleta para outra”.

As manifestações que geram as percepções descritas acima se concentram em 2 grupos distintos: atenção e hiperatividade/impulsividade.

No caso da atenção são comuns os seguintes aspectos:

– Não presta atenção de maneira significativa;

– Posterga atividades que deveria fazer;

– Dificuldade para manter a atenção em atividades;

– Parece não ouvir;

– Não segue instruções e não termina seus deveres;

– Tem dificuldade para organizar tarefas e atividades;

– Evita, demonstra repulsa ou reluta em envolver-se em tarefas que exijam esforço mental;

–  Distrai-se por estímulos alheios.

Na hiperatividade as manifestações podem ocorrer da seguinte forma:

– Agita os membros ou se remexe na cadeira;

– Abandona seu assento de atividade em momento inadequado;

– Corre ou escala em demasia, em situação imprópria (em adolescentes e adultos, pode estar limitado a sensação de inquietude);

– Tem dificuldade para brincar e se envolver silenciosamente em atividades de lazer;

– Age muitas vezes como se estivesse “a todo vapor”;

– Fala em demasia

E por fim, nos traços correspondentes a impulsividade:

– Dá respostas precipitadas antes que as perguntas tenham sido completamente formuladas;    – Tem dificuldade para esperar sua vez;

– Interrompe ou se intromete em assuntos alheios.

 

O diagnóstico de TDAH é realizado a partir da relação entre a frequência e tempo de duração dos comportamentos supracitados entre outros critérios diagnósticos bem estabelecidos.                 É importante frisar que o tratamento desta condição é multiprofissional. Primeiramente requer um diagnóstico claro seguido de uma intervenção medicamentosa. Em seguida com a  melhora dos sintomas tratados pelo psiquiatra as terapêutica realizada por profissionais como: psicólogos, pedagogos, psicopedagogos, terapeuta ocupacional, pais, professores entre outros envolvidos são fundamentais para garantir um tratamento adequado e de qualidade.

Caso tenha dúvida procure opiniões embasadas cientificamente e cuidado com a busca por “aquilo que você quer escutar”. Este é um erro perigoso que profissionais de saúde mental verificam com frequência no cotidiano e vivência com familiares de alguém que tenha TDAH.

Outro alerta é para o oposto: a hipermedicalização.

Deixo claro que o uso de medicamentos se indicados de forma equivocadas podem trazer mais malefícios do que benefício. O principal ponto negativo neste caso é a descompensação de outros transtornos psíquicos (conhecidos ou não), dai a necessidade de procurar um psiquiatra habilitado.

 

Dr. Arieno Lorenzetti – Psiquiatra